O futuro da família está nos games
Olhe para essa imagem. Isso é a família atual.
Essa semana foi anunciado mais um
Resident Evil (não, não é o Trump), mas a sétima parte da franquia. O jogo é um
mito, habemos de dizer. Não há muitas pessoas na Terra que não tenha ouvido
falar dos nomes Chris e Claire Redfield, Leon S. Kennedy e Jill Valentine.
Porém
a nova aventura resolveu chutar o pau da barraca. Saem os zumbis, entra uma
casa mal-assombrada, alguns amadores munidos de câmera para ganhar uma graninha
com uns filmes snuff (estilo terror hardcore, com aparição de espíritos ao vivo
e por ai vai) só que pra variar as coisas dão errado, e eles acabam na garra de
uma família um pouco curiosa, e é ai que tá o cerne da questão.
A
estrutura da família mudou. Muitos dizem que pra pior. A real é que aquela
estrutura convencional dos nossos pais, irá morrer com eles. Essa é uma
certeza. Os novos games como GTA 5, Watch Dogs, Outlast 2, e Red Dead por
exemplo tão aos poucos soltando essa fita. É como se os roteiristas quisessem
nos antecipar esse futuro. E não é um bom futuro.
GTA
5 nesse ponto é terrível. Os personagens (que até certo ponto são normais,
tirando o Trevor Philips) são arrastados para uma espiral de loucura, drogas,
dinheiro, relacionamentos fracassados, assassinatos e paranoia. Um épico de
decadência como nunca foi feito (realmente San Andreas e o 4 são foda, mas nada
se compara ao roteiro desse último), talvez nos filmes de máfia e família.
Perceberam a conotação de “família”?
Exatamente.
Hoje o conceito de família é importado do History Channel. Das famílias
sicilianas, da Camorra, Cosa Nostra, enfim a máfia. Perceberam por que um jogo
muito violento como GTA 5 não teve uma acusação para ser suspendido (fora em
países muçulmanos, e de regime de extremo totalitarismo)? Exatamente por isso.
Não há nada de estranho lá, é a realidade.
Vou
contar aqui uma realidade perturbadora. Vocês acham pais, que ao seus filhos
jogarem jogos como esse, eles se tornarão sociopatas e psicóticos? Não precisa
ir muito longe. Ai vamos para um outro jogo genial da Rockstar Games (junto com
a CD a melhor produtora de games atual), Bully, um jogo perfeito.
A
sociopatia já começa no ambiente escolar. Eu mesmo reconheço que sou assim
muito pelo que aprendi no meu tempo de aluno, é um inferno. Dark Souls perde de
longe para as escolas de ensino médio. Digo com total certeza, que o ambiente
escolar hoje ensina mais que o exército, sua primeira foda, seus primeiros
falsos amigos, seus primeiros inimigos, não é a toa que volta e meia vemos
histórias de grandes amizades (e inimizades) que retornam depois de anos, e
ficaram lá só esperando uma chance de voltar.
E
num mundo como esse, crianças não tem vez. Não é a toa que os garotos hoje não
tem nem um pouco de receio das escatologias de jogos como GTA, Assassins Creed
e The Witcher (sim, muitos jogam e até apostam na internet com quem o Geralt
deva ficar). Faz parte do cotidiano, do Brasil Urgente, do Marcelo Rezende, é
daí pra pior. Sua inocência foi roubada, sem choradeira e sem drama.
Por
isso os jogos são tão lúgubres, tão sorumbáticos atualmente. A família como
conhecíamos (estilo grande família), ruiu. Com o retorno (e a aceitação) da
liberdade religiosa, novos pensamentos vieram à tona, até não acreditar em Deus
hoje é moda. E com isso vem novos conceitos familiares que tem sido passado a
nós nos filmes. Como um Brian Mills que vê a filha apenas para salvá-la e
mantém uma relação de amizade com a ex-mulher por exemplo. Casais separados.
Mães e pais que tiveram uma ou mais esposas (e talvez amantes), essa é a
confusa família moderna.
Por
isso a família Baker de Resident Evil é só o retrato ao estilo dorian gray, de
algo que está para esticar as canelas. É uma pena, por que será uma mudança que
nem todos poderão estar preparados para arcar. Algo como um Ned Flanders,
depois de perder sua esposa, por exemplo. Essa crônica não tem ainda um final,
quem sabe possamos comentar mais mudanças, mais adiante.
p.s.: Ao Joker, grande brother
todos esses anos.
Comentários
Postar um comentário