O progresso e a propriedade alheia

O assunto já ficou datado, mas não custava nada dar uma cutucada.
Nos últimos dias houve uma verdadeira batalha campal no setor noroeste, aqui no Distrito Federal.
De um lado, os velhos e conhecidos interesses da expansão imobiliária, afinal a classe média preci$a de um lugar para morar e algumas (algumas mesmo) pessoas precisam lucrar com isso e do outro uma aldeia de índios que vivem em uma reserva que fica colada na construção, que no fim das contas estão lutando por suas moradias. Ambos os lados tem suas razões e numa sociedade justa e que fala hoje em equalização ambiental e consciência ecológica, respeitariamos cada um os limites do outro e estamos conversados, bonito na teoria pois na prática...
A verdade é que essa construção já começou errada. Fruto de uma negociação pra lá de fraudulenta feita pela Câmara Legislativa do nosso querido DF. O tal PDOT, lembram-se? Em nome de uma política imobiliária cada vez mais expansiva (o que não é ruim, visto pela quantidade de pessoas e pela situação de alguns aluguéis) áreas de perservação ambiental foram incluídas, onde pode haver prejudício a nascentes e a própria água potável do Distrito Federal, ou seja, um tiro no nosso próprio pé.
Só que aí veio algo que essa galera expansiva (pra não dizer grileiros sob contratação) não esperava, que alguém reclamasse. E ai eles foram mexer com o povo mais sacaneado da história do nosso Brasil, um grupo de índios, ou melhor uma aldeia inteira. E aí, vocês viram tudo. Só faltou as danças de guerra e flechada mas o resto, foi visto. E com a colaboração da galera da UnB (que vivem procurando uma causa pra lutar contra o sistema), tá instaurada a confusão.
Vamos aos fatos, Brasília é uma capital sucateada. Temos o pior transporte coletivo do país, uma das piores seguranças públicas, o custo de vida mais caro, engarrafamentos que me fazem lembrar de minha querida Sampa, criminalidade e impunidade em todas as esferas, isso sem falar o desemprego e outras mazelas. Isso para os pobres e miseráveis habitantes das cidades satélites. Quando se trata de colocar a situação da classe média, a história é outra. Não importa destruir os últimos santuários ecológicos destinados a fauna e ao cerrado, a verdade é que aqui no DF se vc tem um determinado status, vc pode tudo.
Não tenho nada contra construirmos mais moradias. Se estamos fazendo gente, essa galera tem que ter onde morar. O que não rola é o absurdo de pagar tão caro por tão pouco e não se fazer um determinado estudo de onde essas moradias serão feitas. O local já é incrustrado lá na puta q pariu, me perdoem o trocadilho, não tem nenhum acesso por ônibus público, veja lá de carro, e ainda tem por vizinhança uma aldeia inteira de índios insatisfeitos? É claro que alguém errou no projeto.
Só pra terminar essa minha opinião sobre o caso, eu vejo falar muito sobre consciência ecológica e vejo também que as pessoas não tão dando a mínima pra isso. Quero ver daqui a dez anos, quando as previsões do profeta Renato Russo se concretizarem: "ontem faltou água, hoje faltou luz, teve torcida gritando...". Quem sabe na copa de 2014...

Em tempo: essa foi a minha última opinião. No próximo ano esse blog passa a ter o nome de INTERCOMUNICAÇÃO, (teremos dicas de jogos, de cinema, shows e lugares legais, claro teremos a minha opinião também...). Um espaço aberto com notícias e entretenimento e um pouco de humor ácido, até lá...

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