Observer. O jogo do ano
Boa tarde galera, sexta feira, dia de post, de volta a carga.
Repúblicas bálticas. Ex repúblicas da antiga União Soviética. Hoje essas repúblicas tem ensinado uma puta lição pra nós (inclusive brasileiros), de um pesadelo que pode estar apenas começando...o Socialismo. Mas isso de novo Marcos? Que foi, teve problemas sexuais com Marx? Não leitor atento do Questão, o problema é que o Comunismo é um mal msm. Infiltrado nas nossas vidas (já levou muita gente boa nos últimos anos) e que aos poucos tá trazendo um inferno as nossas portas. Não se enganem com essas imagens de garotas nuas e festas, o Estado no poder traz um mal que estamos vendo do nosso lado, a Venezuela é um grande exemplo.
Mas voltando ao assunto, afinal hoje estamos falando de jogos, e por incrível que pareça, o novo cenário de jogos eletrônicos vem da chamada Europa Oriental, ou seja as ex-repúblicas socialistas, como Polônia, Ucrânia, Cracóvia e por ai vai (a Bethesda e a CDProjeckt Red são grandes exemplos), todos os jogos com várias mensagens diretas contra o antigo regime.
Este jogo criado pela mesma softhouse que criou Layers of Fear, foi um verdadeiro espanto na comunidade gamer mundial, estrelado por Rutger Hauer (O Feitiço de Áquila, Blade Runner, Batman Begins, A Morte pede Carona entre outros sucessos), o jogo Observer (Cracóvia, 2017), equivale a um passeio de montanha russa...no inferno. Classificado como gênero Survival Horror (Resident Evil, Silent Hill, The Evil Within, Siren, etc) traz na verdade o horror de uma sociedade totalitária massivamente controlada pelo Estado, no pior estilo Blade Runner, Akira, Ghost in the Shell e Metropolis (filme das antigas, muito cultuado) e seus efeitos sobre os cidadãos vistos por um detetive futurista que tem equipamentos capazes de penetrar suas mentes e descobrir seus segredos. Um futuro distópico, claustrofóbico (e põe fóbico nisso) e aterrorizador (sério não tô exagerando).
Em Observer a realidade é tão dura, que os desfavorecidos
preferem uma vida virtual a vida real. O Estado controla até seu pensamento.
O cenário criado pelo Bloober Team é de dar arrepios. Baseado em bairros de países baixos da União Soviética na época do regime, dominados pela prostituição e pelas drogas. As pessoas desfavorecidas (ou seja as que não se encontram nas camadas mais servidas da população e que não fazem parte da elite dos governantes) são amontoadas em projetos de habitação pública sem nenhuma qualidade, isso fora a confusão de fios, imagens, afinal estamos em um cenário cyberpunk.
Vc moraria em um lugar assim?
A história não é realmente original, vc está na pele de Dan Lazarski (Rutger Hauer em uma atuação digna de seus melhores momentos), um detetive estatal, que após o desaparecimento de seu filho após trabalhar para a corporação vigente do jogo (vou ficar devendo o nome) depois de dois anos recebe uma chamada de maneira bem estranha, o que o leva a um bloco de apartamentos de classe baixa (um GULAG pra ser mais claro...parecido com a atual Cohab de SP) onde dá realmente todo tipo de gente. Ao chegar no cortiço futurista, acaba por se meter em uma trama mais complicada do que imaginava ao testemunhar uma vítima de assassinato, mas ele é um Observer, um detetive que tem o equipamento necessário a invadir a mente das pessoas, mesmo se estiverem mortas. Nada escapa a lente do detetive Lazarski, e é ai onde o passeio de trem fantasma começa.
O jogo mostra que a mente pode ser
muito mais perigosa do que a realidade
Sim por que Lazarski é apenas um passageiro nessa viagem. Misturando medos, traições, angústias, raiva, violência e atos como luxúria ou agressão, rola de tudo (aliás esse é o primeiro jogo que mostra de forma até cruel, os efeitos das drogas, e mesmo de uma maneira adequada a um videoclipe, mostra até os motivos que levam as pessoas as essas formas de escape), Há uma passagem mesmo que ele dentro do cérebro de uma funcionária da corporação, descobre que ela queria tanto ter um filho que criou uma espécie de "matriz bebê", dentro de sua mente, o que rola uma das interações mais assustadoras, mas ao mesmo tempo humanas, do jogo.
O jogo faz com que Dan tenha que penetrar na vida das pessoas, conversando com elas, e é uma história pior do que a outra, perdidas em suas vidas, oprimidas pelo controle massivo de uma sociedade acachapante, criam um mundo muitas vezes paralelo ou distópico a própria realidade, parece as vezes um Alice no País das Maravilhas ao contrário, quase que uma própria Matrix, observadas pela lente de um homem velho e cansado, porém humano, que tenta entender seus problemas, muitas vezes (por causa da loucura) acima de qualquer entendimento.
Pra mim esse já é o GOTY desse ano
Observer vem se juntar a Hellblade, na categoria de jogos cabeça desse ano, que realmente dá o que pensar (sem spoilers) mas fica realmente a lição dos Cracovianos de que quem sabe observando esse horror, nós possamos afastar esse fantasma declarado de nossas vidas, antes que seja tarde demais.
Eu escutei para a criação: Type O Negative - World Coming Down
X. Sony atenda aos pedidos de seus jogadores. Aceitem esse cross com a Microsoft.
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