Death of X - Crítica (parte 2)

Ok...vamos a pior parte.

Eu não vou contar tudo. Por que senão esse post não vai ter fim. A política da empresa líder (não vou citar, pq não to a fim de processo) começou a mostrar suas garras e deu certo. Os vingadores, com estrelas como Robert Downey Jr, Scarlett Johansson (ahhh) e um grande elenco (não lembro de todos rs) foi um sucesso estrondoso e reformulou os filmes de heróis conhecidos, criando uma nova marca e consequentemente um aumento significativo para esses heróis (que são usados as vezes indevidamente, é bom admitir), mas foi muito legal ver personagens como o Gavião Arqueiro (sempre gostei dele), a Viúva Negra (graças a Scarlett) ganharem um cartaz que realmente mereciam. Mas o problema foi a contrapartida disso.
                A empresa chefe, precisava justificar para os fãs leitores nos quadrinhos o que tinha feito nas telas. E montou um super time de roteiristas e novos gênios do traço junto com os antigos. Era gente demais, daí teve que haver uma separação, nasciam o studio “Ultimate” (por causa da série e acabou ficando com esse nome) e o 616.
                Não demorou pra isso dar merda. O studio ultimate sobre as ordens da empresa mãe, criou a sua versão dos heróis da Casa das Idéias. Daí o nome. Deu certo? Em termos. O problema foi que a galera de um estúdio foi convocada (sim ISSO ACONTECEU) pra dar pitaco no outro, e deu merda, e da grossa. Entrevistas da época com Millar, Bendis (e os roteiristas mutantes, calma já chego lá...) nas entrelinhas traziam a insatisfação com a empresa mãe. O resultado? Graças a intromissão (dizem do próprio Stan Lee), o Studio 616 conseguiu a autonomia (o que foi um alivio, pra muita gente). Ou seja , os studios eram 100% independentes, mas continuavam sendo Marvel. Só que lembra do passado? Pois é, as coisas se repetem.
                Mas nunca da mesma forma. Antes távamos falando de dinossauros como Byrne e Perez, agora falávamos de novos expoentes, já experientes da indústria de quadrinhos, mas ainda jovens. O que rolou? Alguns grandes desenhistas do outro lado passaram pro 616, por que, por que eles eram melhores! A linha Ultimate definhava a essa altura e o único projeto de lá que deu certo foi o Marvel Zombies (grande sucesso da época, 2012 por ai) e o Homem Aranha de Morales que caiu no gosto do público. Só que o studio Ultimate recebia as principais revistas, como Vingadores, Homem de Ferro, Hulk, que tinham a benção da empresa mãe. Afinal seus filmes davam lucro. Nada mais justo do que dar a essa galera uma atenção diferenciada, mas não era só isso.
                Do outro lado os mutantes, foram colocados de propósito na geladeira da Marvel. Se antes as sagas mutantes eram as mais esperadas do ano, com a empresa mãe, isso mudou. Segundo dizem blogs da época (e é bom que sejam citadas essas fontes), a queda dos mutantes foi planejada e bem planejada.
                Tudo começou com a queda dos Vingadores. Após enlouquecer após descobrir que não tinha um filho do Visão, Wanda pirou o cabeção e desconjuntou a equipe do capitão, sendo depois de embaralhar a mente dos heróis e causar sua dissolução, Magneto (seu “pai”) resolve aparecer pra cuidar da filha e em mais um de seus delírios de supremacia mutante, faz essa Wanda pirada criar O Dia M ou Supremacia M, com uma espécie de reino mutante de contos de fadas, uma das melhores sagas dos X-Men, sucesso estrondoso de público e crítica. No final, após ser convencida de que nada daquilo era real, e ver o país destruído de Genosha que ela Magnus, Xavier e seu irmão Pietro que cuidavam dela em cima de uma cama de hospital, Wanda no total uso de seus poderes descontrolados...profere o “no more mutants”, um verdadeiro feitiço que só não matou todo mundo por que Xavier tava lá pra proteger os mutantes, mas foi de pouca valia, muitos foram mortos, milhares e apenas 115 restavam com poderes ainda. Um senhor reboot.
                A partir daí, acossado pelo acordo com a fox e depois dessa jogada que foi feita de propósito, começou a ascensão de um líder, que já era foda, o Ciclope. Externamente, a casa dava ao mundo uma de suas melhores sagas, Guerra Civil. O que poucos sabem é que motivados pelos desmandos da empresa mãe, a saga é uma crítica do estúdio 616 (são eles que tocam as sagas maiores) ao Ultimate. E com esse espírito de quebra incendiou várias sagas depois. Daí os mutantes começaram a sofrer, Ciclope reuniu os X-Men em uma ilha (Na verdade é o Asteróide M), chamando-a de Utopia. O que rolou dai? Blz, vocês tem o Summers? O Logan é meu, e vou fazer o que eu fizer com ele (não há como confirmar isso), daí veio a saga Cisma, que acabou por separar definitivamente Logan e Scott, pelas diferenças de tocada (que eram ainda da X-Force), e no colo de quem caiu a revista do Wolverine? Te dou um doce se você adivinhar.
                Ok chegamos a parte final. Após descaracterizar completamente o personagem e não vender mais uma vez, o que eles achavam que venderia e ver os X-Men do 616, mesmo acossados, sucesso de vendas. Resolvem matar o Logan, em uma história épica, porém sem parâmetro em nada. Mesmo assim os fãs garantem a empreitada e Logan acaba sobrevivendo mas como se tivesse sido capado. Era só o começo. Segue mais invenções malucas dos roteiristas e mais debandadas de leitores, e os filmes da Fox, sempre com muito sucesso.
                De tanto produzir merda (desculpem o termo), o studio Ultimate acabou perdendo a saga que era a epitome de sua realização. O mundo Ultimate. Como a Casa resolveu as coisas? Simples. Começa o enredo de uma reedição de Secret Wars, como foi feito nos anos 80. Mais caça níquel impossível. Tenho que reconhecer, por o Destino à frente de tudo, deu outro ar a história, em sua junção ao deus Beyonder e foi um bom pretexto para recolocar o 616 (bombado com várias deserções como a de Frank Cho por exemplo) no topo e daí vem o final desse post, e a conclusão dessa crítica de Death of X. Todo o quebra cabeça é montado agora.
                A empresa mãe nunca aceitou o sucesso dos mutantes, não é nenhuma novidade e até os fãs começaram a contestar ela publicamente nas redes sociais (ouvi dizer que alguns fãs revoltados a processaram lá nos states). E vamos a verdade que eles não quer ouvir, eles não tem outra saída. Com todas as invenções criadas para derrubar a popularidade dos mutunas, Extraordinários X-Men é a terceira maior revista dos EUA! Isso que vc leu. Não importa o que façam, os fãs compram. Quer que eu diga onde estão as dos Vingadores...e Inumanos?
                Pois é, a última cartada deles foi tentar pôr os Inumanos (do studio Ultimate) em maior patamar com os X-Men (616), mas não houve nenhum sucesso (dizem graças ao véio Lee) e desde então os mutantes foram postos na condição de vítimas (da política maluca da empresa mãe) com o problema da névoa terrígena. Entenderam o problema?
                Bom vamos a análise. Death of X não é superior ao Massacre de Mutantes, Dia M, Tolerância Zero, ou até a Revolução X de Scott, de Michael Bendis (que foi cruelmente descontinuada) entre outras sagas dos xmen. Lidar com a morte faz parte da vida dos mutantes, mas dessa vez o papo é outro. É lutar pura e simplesmente por sobrevivência e por isso Scott (o mito) mais uma vez faz a escolha pra salvar seu povo, e começa um confronto contra os (!@#$!) dos Inumanos. O argumento de Jeff Lemire é simples, porém direto, dramático (li até o final e merece um eisner pra mim) e enfático. Os desenhos de Charles Soules são simples como poucas vezes a Marvel fez (lembra Watchmen ou os New X-Men de Morrison e Quitely) com muitas comparações que fazem lembrar o conflito Israel-Palestina por exemplo, ficar do lado dos Inumanos é impossível, eles estão errados e ponto. Mas mesmo assim o roteirista tenta mostrar os dois lados de forma inteligente. Não dando nem a um e nem a outro a condição de heróis. Como diz Magnus, tudo é uma questão de ponto de vista, e lá você pode ficar perdido de propósito por que os dois pontos são mostrados. Em suma é a melhor saga do ano, e merece ficar entre as melhores dos mutantes.
                Pra terminar eu vou por aqui a minha opinião sobre esse dilema que a Marvel vive. Se eu fosse do 616 eu teria debandado e levado os mutantes comigo. Afinal a Fox pode fazer isso, detém as melhores animações dos x-men e não seria difícil criar uma linha editorial (uma parceria com a Image ou Dark Horse ou quem sabe uma Fox Comics por exemplo) com uma nova cronologia, há boatos de que isso passou pela cabeça de alguns roteiristas e que sim a Fox cogitou uma tentativa, porém mais uma vez o velho Lee teria pedido paciência e por isso, vai rolar o reboot dos mutantes (com muitas exigências) e uma certa descaracterização feita pela empresa mãe. O tom de ironia tá dominando IVX e Lemire ta soltando uma referência atrás da outra (vcs pegaram a referência?) isso fora uma pressão muito forte na Fox pra ela fazer o acordo. Minha opinião? Continue independente Fox, pelo menos por enquanto. Os mutantes não foram criados para ficar por baixo.
                E com as palavras do mito eu encerro:
                “Apesar da Casa das Idéias não estar ganhando lucro com os mutantes e eu concordar que isso são negócios, os X-Men são e sempre serão a maior equipe da Marvel, queiram eles ou não.”
Chris Claremont



Todo o apoio a Fox e sua idéia de independência




p.s.: Dessa vez eu congratulo a empresa AMD pelo seu sensacional conjunto novo de drivers, fora a ferramenta ReLive que faz gravações e vídeos diretamente do motor da placa. Fora que mesmo as versões de placas mais modestas deixam a imagem mesmo em monitores sem muitos recursos, com outra cara. Independência cria diferença e de jogos e gráfico a AMD entende.

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