Hatred – Um soco no estômago
Se segurem na cadeira. E
preparem-se.
O tema não é novo, e sim é
bastante perturbador.
Hoje tive a
oportunidade de ver um vídeo sobre um jogo novo, mais um da nova geração. Mas
esse era diferente. Só para começar, não era um jogo de fases. Era pesado,
denso e envolvia um tema sério de uma maneira sem nenhuma afetação ou frescura.
Pelo contrário, descambava um pouco para o gore numa temática que lembrava
jogos perturbadores como Manhunt e Carmageddon.
Vamos falar
sobre o jogo. Hatred ou Odiado, traz o tema da violência explícita de maneira
crua, direta e expressiva. A história é simples, você encarna um psicopata que
resolve trazer a purificação ao mundo e para isso ele simplesmente resolve
virar um agente da entropia, simplesmente ripando tudo a sua frente, qualquer
semelhança com Lobo da DC não é mera coincidência.
Seguindo por
esse caminho de ódio, você começa a sua purificação. Ele sai de sua casa e
armado até os dentes, começa a limar quem aparece no seu caminho. O jogo não
tem fases e é bastante inovador por usar um estilo de visão em terceira pessoa,
que lembra Diablo por exemplo. Seus objetivos são simples, entre nas casas e
mate sem piedade. Simples assim. O personagem tem delírios de sociopatia e fala
o tempo todo em religiosidade e purificação. A justificativa para a morte de
suas vítimas. Algo como vocês são o câncer e eu sou a cura.
Certo é um
jogo. Agora o que vai chocar vocês é que um jogo como esse já devia ter saído
há muito tempo. Muitas vítimas desses maníacos teriam sido salvas.
Nos anos 80,
dois personagens brigaram pela supremacia do terror. Freddy Krueger de A Hora
do Pesadelo e Jason Voorhees de Sexta Feira 13. Ambos eram psicopatas cruéis e
faziam muitas vítimas. Freddy era um maníaco estuprador queimado por jovens que
incendiaram sua casa, e que fez um pacto com satã para através dos sonhos,
matar suas vitimas que moravam na rua Elm. Já Jason era um garoto monstruoso
que sofria bullying e fez um pacto com o demônio de imortalidade para matar
seus inimigos, os adolescentes. E taí um exemplo legal para falar a respeito.
O filme Sexta
Feira 13 foi um dos primeiros a tratar o tema como se devia. E deixou uma
mensagem bem fácil de ser ouvida: ódio atrai ódio. De uma hora para outra
começou a pipocar casos de bullying em escolas, garotos imitando o novo “herói”
e surrando seus colegas com uma máscara de hóquei. Um caso mais absurdo mostrou
um garoto que realmente matou um colega com os mesmos requintes e a machete que
Jason usava. O que aumentou ainda mais o desempenho do filme nas telonas.
Nos anos 90 o
problema foi exposto na música. A banda Pearl Jam compôs a musica “Jeremy”, uma
das mais famosas. Que expõe ainda mais a questão do bullying e quais as suas
consequências. Como ele mesmo diz “Jeremy vai falar a classe hoje”, deixa bem
claro o dia da desforra, com um clipe bem explicativo, com o garoto abrindo
fogo na frente da classe contra todos os seus “colegas” que adoravam rir dele.
Para terminar
pelas minhas colocações vocês devem estar pensando: “Você apóia os
psicopatas?”. Não. Não os apoio. Mas acho que jogos como Hatred. Postal, séries
como Dexter, e filmes como Sexta Feira 13 deixa bem claro que com certas
pessoas, é melhor deixá-las quietas. O tema do bullying tem de ser revisto e estudado
assim como algumas pessoas devem ser deixadas em paz. Não importa a cor ou
posição política. A sociedade que montamos tem que aprender a lidar com essas
pessoas. Antes que seja tarde demais.
ps: No próximo post irei falar sobre o mito do herói. Utilizando como base um jogo que gosto muito. The Witcher. Prometo me esforçar. Não percam esse post.
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