Castlevania, Space Squad, mentiras e videotape

Boa noite a todos.

É dessa vez resolvi tirar uma longa soneca...ainda mais depois da E3...bom o mundo mudou, o apocalipse aconteceu mas as coisas precisavam seguir de alguma forma. E seguiram, nem tô a fim de comentar os últimos desdobramentos mas reconheço que muita coisa que estamos vivenciando fazem parte desse deja vu que está nos sendo providenciado pela matrix.

No meio de tanta mediocridade atual, é claro que algo iria se destacar, o talento. E muitas vezes, ele sozinho pode abrir fronteiras, como foi o caso de Warren Ellis (Santo dos Assassinos, Preacher, Hellblazer, Surpreendentes X-Men) ao escrever o forte roteiro da maior surpresa do ano até aqui, o competente Castlevania. Mais eu vou falar, e com todas as críticas que couberam nos poucos 120 minutos ao todo de animação (porra merecia um pouco mais de duração mesmo sendo um piloto), que Ellis senta a bota em vários aspectos humanos, inclusive religiões.

De outro espectro, temos a ressurreição de um gênero que no Brasil nunca morreu, os seriados japoneses old school anos 90, devidamente reestilizados e remasterizados. Houveram realmente muitos filmes (a Toei Animation nunca largou suas tradições) mas poucos tiveram tanto hype e público como esse. Space Squad é uma grata surpresa, e vai ter aqui uma resenha suculenta.

Drácula. Complexo e realmente consistente

Vamos começar pela nova série do Netflix. Primeiro que é a grande realização de um sonho, para todos os fãs da série. Castlevania cai naquela idéia das "obras impossiveis de serem adaptadas", que hqs como Watchmen e V de Vingança entraram. Principalmente pelo fato de ser um game de amplo sucesso, old school com cenas que irão ficar marcadas para sempre na mente dos fãs.

"Lhe perguntei...Você se importa?"

São frases memoráveis, chefes cheios de estilo, Castlevania é daqueles jogos que até um mero zumbi tem um background, uma razão de ser. Todos a serviço do terror que Vlad Tepes, o Drácula instila nas mortais e apavoradas almas humanas.

E eis que o canal streaming de videos foi atrás de um craque no roteiro: Warren Ellis. O inglês é foda, uma escolha de ouro para a série, que põe no patamar de obras contundentes como os animes japoneses. Ellis sabe construir bad boys e anti heróis (sua fase nos Surpreendentes fala por si) e compôs um Vlad real, amargurado e trágico como a saga precisava. 

A sinopse é simples mas bate na porta (principalmente pela genial referência aos atuais deus vult e a inquisição). Lisa é uma cientista que bate a porta de Vlad, interessada por sua tecnologia avançada para a época com idéias praticamente renascentistas, mesmo estando em frente a um senhor feudal. Vlad a acha interessante, no mar de humanos tão iguais e resolve escutá-la. Inclusive passa a viajar entre os mortais a conselho de Lisa. Mas o pior acontece e Lisa acaba sendo capturada pela Inquisição e a Igreja Católica (citada na série sem nenhum filtro) e queimada na fogueira como bruxa. Vlad ao ficar sabendo, declara guerra aos humanos, dando-lhes um ano para sumir de suas terras. Pra variar a estupidez e o fanatismo tomam conta e vidas são ceifadas pelo exército demoníaco de Drácula, mudando o mundo e a visão de ser das pessoas. Inclusive lhes retirando totalmente a esperança, a não ser a fuga para salvar suas vidas.

Lisa. Uma cientista caçada pela Inquisição

Nesse ambiente de total desespero surge um herói, improvável (e digo um dos melhores personagens já desenvolvidos pelo mago inglês) Trevor Belmont, Devido a perseguição da própria Igreja e Estado as suas terras e família, se tornou um andarilho (lembra um pouco Kenshin Himura ou outras histórias de samurais) e um bêbado confesso e sem esperanças. Graças a uma mão do destino, acaba por se ver em uma conspiração entre um grupo de arcanos divinos e a própria Igreja em uma batalha de proporções muito maiores do que ele e eles imaginam.

Trevor. Um herói sem frescura

Castlevania tem apenas 4 episódios e um pesado elenco. Grandes interpretações (incríveis eu diria para um desenho, vale a pena assistir várias vezes), faz uma pesada crítica a Igreja Católica e as religiões fanatizadas em geral, ao trazer de volta o horror tanto físico quanto ideológico que constituiu a Inquisição que hoje começou a ser refutada por alguns cientistas. Traz ação de primeira e cenas épicas com personagens marcantes (Alucard, por exemplo) eu grossamente recomendo que você largue tudo que está fazendo e vá assistir. Não se arrependerá, eu garanto.

O Renascimento dos Tokusatsus

Bom no outro espectro do espelho se encontra o renascer de um gênero saudoso de nós brasileiros. Nós que nos acostumamos a assistir as suas aventuras nas manhãs da Rede Manchete nos anos 90, foi onde a paixão desenfreada pela terra dos olhos puxados começou. Heróis diferentes desfilavam pela nossa tela como Jaspion, Changeman, Jiraya, Jiban, Kamen Rider, entre outros. Eram histórias dramaticamente bem construídas, com vilões caricatos mas muito eficientes (difícil esquecer o insano McGaren, ou o ninja maligno Dokusai, a cyborg orgãnica Matogarbo, a sexy e mortal Rainha Cosmos, o diabólico Shadow Moon e muitos outros) e cheias de virtude insuflada pelo código que sempre impregnava os filmes, sempre retirado do Bushido de ninjas e samurais do tempo feudal nipõnico.

O retorno triunfal de um grande vilão

Em uma época em que precisamos de heróis e histórias onde realmente possamos saber quem é mocinho e quem é vilão, no melhor estilo western. Os Tokusatsus estão ai para dar aquele ar de nostalgia as nossas vidas. Pudera. Somente o vídeo do metal hero Machine Man de abertura original tem (pasmem) 240 mil visualizações no Youtube. Mais do que uma prova de que não somente o público brasileiro ama o estilo, mas também há um grande consumo por heróis nesses tempos tão sombrios de Lullas, PTs e conspirações secretas (calma, eu vou justificar o resto do título do post daqui a pouco). O povo realmente está sedento de verdadeiros heróis. Como o Sr. Moro e seus aliados.

O elenco de heróis ainda desconhecidos de Space Squad

Bom mas vamos deixar de enrolação e vamos ao filme. Como parte de uma série Space Squad Episode I - Gavan vs Dekaranger, bebe em uma fonte bem conhecida de nós brazucas. Trata-se de uma alusão a Batman vs Superman - Dawn of Justice, o ponto de partida da já bem sucedida franquia de filmes da DC Comics e da Warner Bros com o filme da Wonder Woman (que ainda não assisti, mas assim que fizer isso, solto minha resenha aqui) e o futuro Justice League. Como uma alusão, teria de trazer um herói deles de peso, ainda que desconhecido do público brasileiro (Gavan foi exibido em sua série clássica na Rede Record em meados dos anos 90 e 2000).

Gavan é uma espécie de policial intergalático. Algo como um Star Trek ou a Tropa dos Lanternas Verdes. No filme, após seguir uma pista que levou a um esconderijo de um grupo de terroristas, o novo Gavan, Geki (o primeiro se chamava Retsu) acompanhado de sua parceira, uma metamorfa, acabam por experimentar a loucura e a insanidade do novo McGaren (agora Mad Gallan) e além de ter sua parceira raptada, apanha feio (muito feio). Em outra esfera, os vigilantes super sentai (grupo de 5 guerreiros coloridos, como Changeman, Flashman, Maskman e os Power Rangers) conhecidos como Dekaranger, se encontravam em um casamento. Após seguir uma pista entregue de lambuja por sua chefe (uma japa bem gatinha), Geki acaba por estragar a festa dos vigilantes terráqueos com o seu caso que acaba intrigando a todos. As pistas acabam por levá-lo a uma organização secreta, que usava uma empresa de fraldas infantis como fachada, a partir dai o cardápio é conhecido. Transformações bem coreografadas, cenas de luta eficientes, um pouco de drama e até gore devido as ações insanas do hospedeiro da armadura de Mad Gallan.

A cena que deve ter feito muito marmanjo suar os olhos

No fim das contas Space Squad é muito positivo. O filme realmente recoloca os Tokusatsus no seu lugar de respeito, tanto para os fãs quanto para a história. O diretor aplica várias tecnicas ocidentais de ação mas sem comprometer o estilo. Destaque para o arco final que conta com a participação do Gavan original e uma participação maior do quinteto que originou os Power Rangers. Isso fora a música que embala a luta final entre herói e vilão, que realmente emociona (vale a pena assistir legendado para ver a letra), mas a grande sacada se encontra no ato final com a criação de um esquadrão de metal heroes (ou seja vem ai o jaspion, jiraya, jiban, shaider e sharivan), ou seja a liga da justiça espacial japonesa. Vale a pena esperar.

Bom agora vou terminar com os dois ultimos assuntos.

X1. Eu emprestei o título de um cult dos anos 80 com James Spader. "Sexo, Mentiras e Videotape", qualquer semelhança com nossa atual internet e as armadilhas tanto de um lado quanto de outro, não são mera coincidência

X2. Nem quero falar da roubalheira generalizada desses politicos corruptos filhos da puta desse país. Mas digo o seguinte. Deixem a galera trabalhar! Esses dias estava na rodoviaria da minha cidade vendo os agentes a serviço da Gestapo estatal perseguindo os trabalhadores informais. Porra seus merdas, deixem esse povo trabalhar em paz! Com tanto mendigo por ai, esses caras tão só ganhando o seu pão de cada dia (e como eu digo, O ESTADO TEM QUE MORRER...), e nada melhor do que ambulantes pra mostrar como a iniciativa privada funciona. Morte a esse socialismo imposto. MORTE.

X3. Ok já perceberam que hj eu to com a macaca né? Pois é, mais o fumo não acabou ainda...hoje eu tava curtindo as noticias matinais e tive que mais uma vez ver uma matéria a respeito de jogos eletrônicos e crianças. Ora vamos lá (o povo pede pra que eu me irrite...), sabe o por que que as crianças (e alguns adultos) jogam como eu?...TEMOS SEGURANÇA? TEMOS A LIBERDADE ATUAL DE IR E VIR? TEMOS LIBERDADE "REAL" DE EXPRESSÃO? OU TEMOS QUE AGUENTAR OS PAU NO CU ATÉ NAS ATUAIS REDES DE COMUNICAÇÃO? Tenho certeza caros especialistas...que Freud e Jung ficariam do meu lado...







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