Netflix, serviço em nuvem, nazismo e...Steve Jobs

                Eu sempre fui fã de Steve Jobs. Não somente pela sua inteligência, mas pela sua simplicidade e pela maneira como ele dribla com muito bom senso e humor, as barreiras do mundo capitalista.
                Porém a polêmica do momento não é essa. Tudo está rolando em torno do Uber (o aplicativo para aluguel de carros executivos que está tirando o sono dos taxistas) e a comparação com um serviço de internet que está caindo nas graças da classe média cult: o Netflix.
                Considerado um dos melhores serviços dos últimos anos. O Netflix utiliza o serviço através da nuvem (uma espécie de espaço virtual livre, que pode ser utilizado para baixar, transmitir e enviar dados através da internet), funcionando como uma locadora virtual. Só que sem custo. O usuário apenas paga uma mensalidade pelo uso. O preço é mínimo por que se trata no fundo de um provedor virtual, algo como um uol ou terra mais recheado e dá ao usuário uma série de bibliotecas para ele escolher o que assistir. Filmes, seriados, desenhos, animes, enfim muita variação.
                O serviço tem sido violentamente criticado e ações junto ao Ministério da Cultura e da Justiça, tem sido impetradas para que o Netflix se curve as normas nacionais, pagando tributo a EmbraCine e outros órgãos controladores. Mas por que a caça às bruxas em relação a esse serviço? Por que ele de maneira inteligente tem incomodado as gigantes tvs abertas e tvs por assinatura do Brasil.
                O Netflix hoje é a terceira maior rede de programação paga do país. Cresceu em um momento onde as tvs por assinatura sofrem com a crise. Oferece conteúdos exclusivos para seus assinantes e recupera conteúdos cult, lendários. Coisa que as atuais tvs por assinatura não podem oferecer, pois estão presas a uma programação fechada. Isso fora os atuais contratos nacionais que obrigam as tvs por assinatura a passar programas feitos aqui. A tv por assinatura é duramente tributada, o que joga o preço de sua mensalidade lá na estratosfera. Fato que tem afastado muitos telespectadores de seus pacotes mais caros. A grande maioria prefere ficar só com o básico. E isso é uma baixa muito grande, afinal é um serviço que emprega milhares de pessoas indiretamente. Um império, do qual cada vez mais, poucos tem acesso.
                Daí vem o sentido de nazismo do título acima. Em vez de tentar enxergar o lado do consumidor e procurar maneiras de baixar as taxas que são altas. As redes de tv por assinatura agora tentam desestabilizar e virar a atenção da mídia contra o Netflix, satanizando o serviço.
                O serviço em nuvem não é nenhuma novidade. Sites como o Gaikai (que hoje pertence a Sony, Playstation Network ou PSN) e XBOX Live da Microsoft, e Steam da Valve (de Counter Strike) já oferecem isso sem muitos problemas. Permitem que você faça o download de programas sem ter que pagar um absurdo com isso. Com o conforto de você poder fazer isso da comodidade do seu lar, sem custos abusivos.

                Daí voltamos a Steve Jobs. Quando criou o ITunes, estávamos na época em que existia vários aplicativos de compartilhamento de arquivos mp3 (Napster, o lendário Audiogalaxy, Imesh, Ares e muitos outros) e qual foi o seu diferencial? Valia a pena comprar o produto original. Cada música apenas custava (e ainda custa) um dólar. Com toda a segurança de uma rede virtual garantida pela Apple. Foi um estouro. O pontapé, para o IPod, IPhone e outros. Um exemplo de que a qualidade, o compromisso e o benefício ao consumidor podem sim, andar juntos. Longa vida ao Netflix.

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