Gundam Wing - Resenha

Hi folks.

            Hoje eu tenho a honra de trazer para vcs mas um entretenimento de máxima qualidade. Trago a obra prima dos chamados animes de robôs gigantes (fico devendo o título exato), Gundam Wing. Em primeiro lugar bora falar um pouco da série Gundam. No Japão, existem inúmeros animes desse estilo Big Boy Robot, mas alguns poucos se tornaram lendas, estou falando de Macross (simplesmente o melhor do estilo), Code Geass (o mais novo, do estúdio Clamp de X), Neon Genesis Evangelion (misture Deus, conflitos familiares e robôs gigantes, vale uma resenha tb), e The Vision of Escaflowne (outra obra prima dos criadores de Saber J) e o último e segundo em importância, que é a série Gundam.
            Sim por que ao contrário dos outros (tirando Macross, que também é uma franquia), a série Gundam é como um Tokusatsu (5 caras e um robô gigante) como Kamen Rider, Power Rangers (sim, eles merecem...) e outros que sempre mudam os personagens, mas mantém a fórmula. A série tem pelo menos uns 30 anos (ou mais) e sempre tem a marca registrada de trazer uma letra para caracterizar a série de episódios, é como um Doctor Who dos robôs gigantes, já que Gundam se refere aos robôs.

Intriga, estratégia militar e espionagem

            Gundam Wing (ou W, no japonês original) traz exatamente a mesma missiva, só que um porém, nunca um anime antes teria ido tão longe na caracterização criada para seus personagens. Pelo menos não antes dele. Isso fora o cenário político, amplamente baseado na guerra EUA-URSS, a popular Guerra Fria e suas consequências (embora que em Gundam, o pior acaba acontecendo). Isso fora as motivações por trás de cada ato, que se desenha como fosse uma grande peça de teatro. Não é a toa que muitas vezes Gundam Wing é chamado por críticos de rei dos animes de Big Boy Robot.
            O enredo do anime é todo baseado em uma guerra. Não há descanso. Você termina um episódio e já quer ver o outro (fácil de encontrar na net atualmente). GW mostra claramente e logo de inicio, todos os pontos de vista em uma guerra. O pau já começa a quebrar logo no primeiro episódio, ao mostrar a festa de uma herdeira da fundação Romefeller (qualquer semelhança com a tal família Illuminati não é mera coincidência) e seu pai, um pacifista convicto, que quer evitar um conflito (é uma espécie de Chanceler) entre a Aliança Terrestre e as colônias criadas pela raça humana no espaço (algo como satélites), sendo invadida por um agente secreto mandado pelas colônias mandado a terra pelas colônias em uma missão secreta, o nome e o verdadeiro propósito desse agente serão mostrados a frente. Após uma luta com Zechs Marquise, um soldado durão e piloto de longa experiência de Mechas (mas que é o cara do seriado), o robô cai no mar sendo meio que "salvo" por Helena, a filha do chanceler pacifista Darmian. Após um rápido reconhecimento do piloto que tinha sido levado a uma praia pelas ondas, a filha do diplomata acaba por tentar salvar o piloto e vê seu rosto, o que a leva a ter o início de uma perigosa relação, devido a missão dele.

Pensa numa batalha difícil...

            Daí a intensidade aumenta. O piloto que é apenas um garoto e tem o nome de Heero Hui (um codinome por que seu real nome é desconhecido, Heero Hui foi um herói das colônias e ironicamente conhecido por seu pacifismo), o garoto não brinca em serviço e depois de Helena tentar racionalizar com ele, ele a ameaça de morte, para afastá-la, ele a ameaça, para que ela o deixe em paz. Isso não acontece e sua ligação com o rebelde começa a atrair atenção. Após algumas batalhas (outros pilotos e máquinas Gundam se juntam a luta) as coisas se complicam com a entrada de Treize Kusherenada (uma espécie de príncipe guerreiro e líder da organização Oz) no jogo.

Dois lados de uma mesma moeda, um planeja, o outro executa

            Aos poucos as ações de guerrilha dos pilotos Gundam vão mudando o cenário das batalhas e do jogo de xadrez que se inicia, logo nos primeiros episódios e com isso as pessoas próximas ao jogo como Helena e seu pai, são pegos no turbilhão, sendo assassinado pelos soldados da Oz logo no inicio por suas ações de paz. Esse episódio causa fortes mudanças em Helena, que acaba por se aproximar ainda mais dos pilotos Gundam.

            Enquanto isso as ações dos Gundam contra a Oz fervem. Após a morte do pai de Helena, em uma conferência anual da Aliança Terrestre, em uma jogada de mestre feita por Treize, líder da Oz, os joga como ovelhas ao matadouro para a missão de Heero que acreditava estar eliminando a Oz (que ao mesmo tempo tomava o poder pela força), o erro custa caro e é apenas uma das inúmeras reviravoltas do seriado.

            A partir daí a guerra explode entre as colônias insurgentes, a Oz e o restante da Aliança Terrestre, que acaba por revelar ao mundo o poder de uma organização secreta (qualquer semelhança com as teorias de conspiração relacionadas com os Illuminati não é mera coincidência), a tal fundação Romefeller, verdadeiro “inimigo” do desenho. Ora vilões, ora heróis, a dança entre os pilotos de Mechas (chamados aqui de Mobile Suit) dão o tom do seriado, com muita carga de drama e grandes atuações (realmente são muito convincentes).

O poder da canetada

            Um bom seriado não se faz sem um grande elenco e GW realmente o tem. Além de grandes atuações (a dublagem nacional é excelente), seus personagens tem uma humanidade totalmente explorada, e apesar de terem boas intenções, como em Code Geass muitas vezes são levados por suas próprias ambições e cegados por elas.

Os pilotos, apesar de moleques, agem como protagonistas em uma guerra sem fim

            Bom vamos ao elenco. Comecemos com o herói revolucionário das colônias, Heero Hui. Heero é analítico, profissional, praticamente pensa como uma máquina (não é a toa que junto com Zeks é o melhor piloto), na batalha segue sempre seus instintos porém sempre de conluio com a sua missão. Sua conduta muda um pouco durante o anime (principalmente por causa de Helena, por qual ele adquire uma amizade e depois uma espécie de relação), suas relações com os outros pilotos variam, por que ele sempre é o lobo solitário, qualquer semelhança com Logan não é mera coincidência.

Helena merece um cartaz especial, são dela as ações mais corajosas do anime

            Logo em seguida temos Helena, nascida em uma família real (spoiler: Helena é herdeira dos Pissicraft do reino Sanki junto com Noin e Milliardo, seu irmão) porém sem saber de sua verdadeira origem, ela se envolve com Heero e os outros pilotos Gundam em suas missões, principalmente usando sua principal arma contra a guerra: a paz. E com isso ela duela de igual pra igual com a Oz e a Romefeller, sua relação com Heero a faz ser sua melhor amiga e colaboradora dele

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Nem herói, nem vilão. Somente o cara do anime

            Um dos melhores personagens dos animes, Zeks Marquise, é o cara do desenho. Apesar de ser um tanto distante, militarista e muito ligado a honra (as vezes parece um samurai) tem uma origem real já explicada nos primeiros episódios (fique ligado), na verdade ele é Milliardo Pissicraft do reino Sanki, irmão de Helena. Ao perder seus pais e seu reino, Zeks se uniu a Treize e sua Oz, utilizando uma máscara de prata para “enterrar” seu passado e proteger sua id de piloto de mobile suit. Seus modos são como um cavaleiro real, as vezes frio demais e estrategista passando a um diplomata polido, ou seja o cara é muito complexo. Sua sede de vencer em combates iguala a de Heero com o adicional de que Zeks luta sempre por si mesmo. Um personagem singular e sem par, por isso não dá nem para fazer comparações. Vale lembrar também que ele é o único que “continua” da série no prequel Gundam Seed.

A Oz. Vilões sim, mas muito bem pensados

            Bom vamos as auxiliares de Treize. Tenente Noin é uma mulher calma (estranho isso na guerra certo), serena, e dona de grande força de combate. Lucretia Noin é morena, cabelo curto (a simplicidade dela chama a atenção) e também tem origem real, Noin é uma integrante do reino Sanki e com o desmantelamento da Oz (spoiler) se torna a chefe de armas de Helena e Milliardo na batalha contra a Romefeller, seu par na série é Zeks, o homem a quem serve com paixão e devoção.

            Em outro lado temos Lady Ume. O completo oposto. Lady Ume é meio o lado psycho do anime. Completamente apaixonada por Treize, Lady o segue e o defende como se ele fosse um deus, tendo duas personalidades em um complexo de caim severo. Uma é desprovida de feminilidade, masculinizada (lembra uma sapata msm), severa, rude e militarizada. A outra que demonstra sua origem vinda das colônias, é doce, pacifista e revela uma garota quase angelical (sério você fica até surpreendido), as duas personalidades funcionam de acordo com a distância de seu amado e seus perigos. Sério é quase um Yandere Simulator, só falta ela chamar o cara de Senpai...

            Já que falamos do crew dele, vamos ao cara. Treize Kusherenada é um misto de príncipe e membro da Romefeller, sendo também a cara da organização Oz. Treize é polido, honrado, populista e feroz em combate. Sua única paixão é a guerra, o que ele faz com real prazer. Por seu comportamento fino, o cara é um heartbreaker, arrebatando várias personagens ao longo do anime, caberia nas telonas com um Clooney ou Pitt fácil.

            Agora para terminar vamos detalhar os outros pilotos das colônias. Duo Lon, o dono do Gundam DeathScythe (o da foice de energia) é descolado e simples. Duo não é muito de estratagemas de batalha, azara as novinhas e acaba por ser o amigo perfeito para Heero e sua perfeição militar, por ter essa verve de ser intuitivo acaba por muitas vezes salvar o amigo, que não é muito de agir sobre improvisos. Duo é bem zen e parece sempre se divertir com as batalhas.

            O mesmo já não acontece com Wu Fei. No inicio ele se assemelha aos outros mas após uma luta mal sucedida com Treize (spoiler) ele perde a sua sanha por batalhas e começa a se assemelhar a um ronin em busca de um novo sentido. Wu Fei pilota o ShenLong, que tem uma lança e um gancho com cabeça de dragão. Após a luta com Treize, Wu assume uma postura de guerreiro ao estilo Sun Tzu, evitando o combate e entrando em ação apenas por seus amigos e com uma razão justa. Wu é o mais próximo da filosofia do Tao no anime.

            Vindo das areias do deserto, Quattre é o mais sentimental dos pilotos Gundam. Com um relacionamento complicado com o pai, que é líder de uma das colônias, pilota o Gundam Sandrock, que é rápido e leve. Quattre tem um grupo de amigos fiéis no Oriente Médio, onde fica a sua base. Rico, conta principalmente com os seus recursos na guerra contra a Oz e a Romefeller.

            O último da lista é Trowa Barton. Piloto do Gundam HeavyArms, Trowa é ao mesmo tempo um guerreiro e um artista de circo, que tem na filha do dono, uma parceira fiel. Trowa luta totalmente pelas colônias, e pela vida de seus amigos. Seu Gundam como o nome diz, é de artilharia e destrói com muita facilidade qualquer soma de inimigos e ele nunca foge de um combate, apesar de não ter paixão pelas lutas.

            Existe uma gama de outros personagens, como o exótico Dr. J, o chefe por trás da Operação Meteoro e criador dos Gundam; Sally, uma ruiva mercenária que luta contra a tirania em seu país e é amiga de Wu Fei; a filha do dono da Fundação Romefeller, entre outros que são realmente importantes.

            Bom para falar sobre a moral do seriado, Gundam Wing é uma crítica interessante sobre aquela história “de boas intenções, o inferno está cheio”, são vários pontos de vista, demonstrados através dos inúmeros personagens que muitas vezes tem boas idéias, mas que no fundo só querem realizar suas próprias ambições e interesses, e com isso o povo sofre. Há também críticas contra os blocos econômicos e sociedades secretas (Romefeller...) e demonstra claramente que para ser um soldado, você tem de estar sujeito às circunstâncias não somente da guerra, mas políticas também. Mais uma vez qualquer semelhança com a nossa vida atual, não é mera coincidência.

            Como eu prometi, o cenário de GW com a Terra e suas colônias espaciais remete ao atual Brasil em cheio. De um lado temos aliados que dizem estar “criando a paz” através de mais guerra e de outro temos pessoas realmente comprometidas que querem restabelecer a ordem, mesmo que para isso precise ter sido à custa de manobras políticas e militares drásticas (podemos encenar como a galera de Moro contra a roubalheira do PT e da Odebrecht por exemplo, passando pela queda de Dilma e as reformas de Temer). Ou seja a Oz se encaixa como qualquer governo despótico (afinal Treize pode se colocar como um líder populista) e os Gundam e as colônias seriam a mão da sociedade livre, que não aceita tais desmandos. E nesse cenário, as paixões se acirram.


            Para terminar o post, há um boato de que Wing possa ganhar uma nova roupagem, com os efeitos atuais, em versão OVA, ou seja, com menos censura. Seria legal ver os personagens com uma roupagem mais adulta e mais adequada aos novos tempos. Heero mais próximo de um Spriggan, Zeks ainda mais complexo, Treize ainda mais manipulador, seriam realmente muitas possibilidades.

Todos os personagens importantes

Ok vamos a política, como prometi

X1. A reforma será uma porrada. Necessária, porém até cruel, apesar de justa. Por mais que se tente falar  que o país precisa dela, não dá pra esquecer que 10 anos a mais fazem muita diferença sim, embora o fato de que todos compartilharão do mesmo destino, dá um certo consolo, mas mesmo assim, eu ainda me pergunto se o povo (não os funcionários públicos, mas o povo), não poderia ter sido deixado de fora do bolo ou pelo menos ter regras um pouco mais brandas no tocante a aposentadoria.

X2. Dizer agora (e depois de 5 anos e o leite derramado) que temos condição de retomar o caminho do crescimento como se tivesse uma caneta mágica para resolução de problemas é no mínimo, curioso. Me pergunto de onde os empregos virão, sendo que continuamos a ver uma economia estagnada e dando sinais fracos de recuperação, isso devido as ações do governo. Me convença senhor ex-presidente, que fórmula mágica é essa em um cenário com poucos investimentos que estamos passando.

X3. O respeito é mútuo brother. Bora marcar uma cerva e falar de politica qualquer dia. Um abração.

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